Estávamos mesmo na última reserva e saímos para ir as compras. O supermercado estava cheio de famílias em ritmo de fim-de-semana, de crianças a admirar a árvore de Natal que já está montada, de pessoas que estão já a fazer os peditórios da época que cada vez chega mais cedo. Uma ou outra criança tropeçou em mim nos corredores e os pais com um sorriso sincero pediram desculpa, que difícil foi sorrir-lhes de volta. As senhoras estenderam-me o saco à entrada com um sorriso amável, que difícil foi retribuir-lhes o sorriso. O senhor da caixa sorriu-me e desejou-me um bom fim-de-semana, que difícil foi sorrir-lhe e dizer-lhe o desejado e merecido "igualmente". Há dias em que não invejamos a felicidade dos outros, porque isso independentemente da fase da vida é horrível de se fazer, mas em que dá uma imensa vontade de pedir que não nos sorriam, que nos abracem só. Que nos digam que vai passar. Seja lá como for. Mas que vai passar.

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