Voltou ontem de Marrocos. Passava já das 21H quando nos encontramos no metro e finalmente voltávamos a casa. Ele é de poucas, muito poucas palavras. Se não lhe perguntasse pela viagem, dificilmente me falaria sobre o assunto. Pedi-lhe para ver as fotografias. Lá estava ele, no meio do deserto, rodeado de gente de feições muito diferentes, vindos de cada canto do mundo. Os olhos e o sorriso eram bem diferentes do padrão contido que lhe conheço. Estava verdadeiramente feliz ali.
Curioso, que há uns tempos, quando mostrava umas fotografias minhas em Timor e no meio do Atlântico a bordo do Creoula, uma grande amiga dizia-me precisamente o mesmo, que nunca me havia visto, na minha espuma dos dias, com um sorriso tão especial e tão sincero como naquelas fotografias. 
Ainda que sejamos muito criticados... É uma coisa muito nossa esta, a de procurarmos a felicidade fora de portas. E descobrimos. É o que (nos) importa. A cada um as suas circunstâncias.

Ontem fiquei mesmo contente por ele. O primeiro grito de liberdade custa sempre, depois é sempre a andar. E ser-se feliz.

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