Antes de partirmos, muitos eram os que diziam "Em Timor qualquer coisa serve". Nunca entendi.
Para ninguém, em nenhum lugar, qualquer coisa serve. Apenas o melhor de nós. O que temos e o que não temos para dar. Porque nós somos esta conjugação de impossíveis sempre possíveis.

Fotografei-vos muito. Também porque acredito que é dever de quem parte e regressa contar e mostrar. Mostrar que nem tudo serve. Que os vossos sorrisos merecem o nosso melhor sorriso. Que os vossos olhos de esperança são a nossa maior esperança. Que a força com que agarram a caneta são a nova força do vosso país e a nossa força de partir.

Hoje percebi que esta fotografia do Camon ("o meu menino sorriso-luz") era a nova imagem da campanha para Timor. 
Espero que diga a muitos o que aqueles olhos me disseram e tanto ensinaram durante aquele mês.  Talvez só não saibam que naquele momento, em que de joelhos no chão carreguei no botão da máquina, apenas pela lente, ainda sem espreitar o visor, soube que fazia uma oração para sempre. 

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